sábado, 10 de dezembro de 2011

Clermont-Ferrand: História- da Gália Romana ao séc. XVIII

Brasão da cidade
      Tenho que confessar que História nunca foi meu forte... Sempre achei difícil guardar aquele monte de informações na cabeça, saber quem fez o que, onde, quando... Difícil, muito difícil! Mas imaginar que vou conhecer de perto a História que só conhecia através dos livros da escola, fez nascer em mim um interesse repentino. Afinal, que graça tem estar ali, onde tudo aconteceu, sem saber de nada...Resolvi então pesquisar um pouco sobre a história da França. Li umas coisas, relembrei algumas, outras percebi que nunca soube! E me cansei! Ouso dizer que o pessoal das Exatas não tem muita paciência com histórias. Sim, é uma vergonha! Resolvi então começar devagar, tenta ndo entender melhor a cidade onde vou ficar. Fiquei fascinada! Como ela é velha!!!!!! Quanta História tem ali! 
      Para começar, a cidade de Clermont-Ferrand nasceu da união de duas cidades distintas, Clermont e Montferrand, decidida por Luís XIII e confirmada no reinado de Luís XV. Durante muito tempo, apesar das decisões oficiais de união, Clermont e Montferrand foram aglomerados populacionais separados, de ambos os lados da actual avenida da República, por um vazio que só foi urbanizado numa época recente. Clermont e Montferrand foram, no passado, cidades muito diferentes.
      Enquanto Montferrand foi fundada no início do século XII pelos condes de Auvergne segundo o modelo das cidades novas do Sul, Clermont remonta á antiguidade e assumiu rapidamente o carácter de uma cidade episcopal. A mais antiga referência á existência de Clermont está presente numa obra de Strabon, do início do século I. A cidade foi então denominada Nemossos e qualificada de "metrópole" das arvernes, o que demonstra a sua importância. Em meados do século I, passou a denominar-se Augustonemetum e conheceu uma fase de expansão que terminou em meados do século III, quando passou a chamar-se Arvernis. Esse nome ficou até o século IX, quando foi, então alterado para Clermont.
      No século II, a cidade galo-romana devia ter uma população compreendida entre 15 e 30 mil habitantes, o que a torna uma das maiores cidades da Gália Romana. No entanto, no início do século IV, a superfície da cidade foi reduzida e ela estava rodeada por uma muralha com cinco portas que subsistiram durante toda a Idade Média, até a época moderna. A sua localização determinou o traçado das ruas quando a cidade da Idade Média se desenvolveu. 
      Após o desaparecimento do Império romano, conheceu um período de obscuridade e de dramas. Foi alvo de rivalidades entre os povos que invadiram a Gália e não foi poupada pelos Normandos quando do enfraquecimento do Império carolíngio. Nessa época. a cidade era essencialmente episcopal.
      Foi para contrariar o poder de Clermont, que, no início do século XII, os condes de Auvergne estabeleceram a cidade de Montferrand perto de um dos seus castelos. Entre os séculos XIII e XV, a história da cidade foi marcada pela rivalidade entre bispos e burgueses. 

Catarina de Medici
      O século XVI foi, para Clermont, uma época de transformação e de progresso. Catarina de Médicis tornou-se dama de Clermont, depois de um processo no Parlamento, contra o bispo Guillaume Du Prat, na qualidade de herdeira dos antigos condes de Auvergne. O papel do bispo passou a ser apenas de ordem espiritual. Catarina de Médicis aumentou as liberdades municipais, concedeu a Clermont uma "Sénéchaussée" (tipo de jurisdição territorial) primeiramente senhorial e depois real, rivalizando com a Sénéchaussée estabelecida anteriormente em Riom, e fundou uma jurisdição consular.
      Em 15 de abril de 1630, foi determinada a união de Clermont e Montferrand. Porém, ela só foi efetivamente realizada um século depois, em 1731.
       No próximo post, Clermont-Ferrand do século XIX até a atualidade!



sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A França (e o Brasil) em números

     Rodando pela internet, achei um material muito legal no site da Embaixada da França no Brasil. Chama-se "Le Brésil et la France en chiffres", ou seja, o Brasil e a França em números. É bem legal, pois faz uma comparação entre os dois países. Vejamos!!!
     A França é o país com o qual o Brasil mais faz pesquisas conjuntas, o que representou 124 em 558 no ano de 2008. Um em cada quatro estudantes com bolsa do governo brasileiro para estudar fora do país escolhe a França como local de seus estudos. O número de publicações franco-brasileiras aumentou de 246 em 1981-85 para 2030 em 2006-08.

domingo, 27 de novembro de 2011

Visto de estudante bolsista para a França - ida ao Consulado

    Depois de conferir os documentos 550 mil vezes e fazer uma parada rápida (de 3 dias!) na casa de um amigo para aproveitar a viagem a São Paulo, finalmente cheguei ao Consulado. Ele fica na Av. Paulista, 1842 - torre norte, próximo ao Masp. Para aqueles que estiverem indo direto da rodoviária, basta pegar o metrô (na rodoviária mesmo - linha azul) no sentido Jabaquara e descer na estação Paraíso para fazer a conexão com a linha verde no sentido Vila Madalena. Desca na estação Trianon-Masp. Na volta é só fazer o caminho contrário. (Até parece que sei tudo de SP e metrô! Foi a segunda vez que andei!!!!)
    O seu horário no Consulado já terá sido agendado pela internet anteriormente. Entre no prédio e pegue um elevador super rápido e moderno. Moderno até demais pra mim! Não tem números do lado de dentro e eu e meu marido ficamos feito dois retardados na hora de ir embora, tentando descobrir o que fazer!!!! O atendimento foi feito por um homem e uma mulher, brasileiros e bem simpáticos, bem diferente do que eu estava esperando. Eles pegaram os documentos exigidos, tiraram foto e pegaram nossas digitais. Acho que levou meia hora para cada um, mais ou menos. Agora o pedido fica sob consulta e só dentro de 15 dias úteis para saber se conseguimos mesmo. 
    Dá um medinho de não conseguir, afinal Documento ou cópias faltando = pedido incompleto = visto negado. Já avisa no site! Por isso conferimos váaaaarias vezes!!! Os documentos exigidos são:



1)
1 formuláriode pedido de visto de longa duração preenchido, datado e assinado/disponivel no site

2)
Passaporte (emitido ha menos de 10 anos e com validade mínima de 1 ano e 3 meses + copia das 3 primeiras paginas

3)
1 fotografia recente no formato 3,5 cm x 4,5 cm, sem data, com fundo branco (o fundo colorido não será aceito)

4)
Cópia da Certidão de Nascimento ou Casamento

5)
Carta de aceite da instituição francesa

6)
Declaração da bolsa constando o período e montante da bolsa

  7)
Para os estrangeiros residentes no território brasileiro, RNE ou visto válido

8)
Hospedagem na França para os tres primeiros meses: Declaração de hospedagem (feita pelo anfitrião na França, comprovante de endereço, copia da identidade ou passaporte do memo), contrato de locação, reserva de hotel ou declaração da instituição.

9)
Informações sobre estudos na França ou obtenção de bolsa de estudo, favor consultar o site Internet  www.brasil.campusfrance.org - Contato 11-3818-2888

10)
No prazo de três meses à partir da data de chegada na França, a pessoa interessada deve se apresentar na  elegacia  territorial do OFII  do seu local de residência.
 
    A certidão, a carta de aceite, o comprovante da bolsa e o comprovante de hospedagem devem ser apresentados na forma de original+cópia. Não é solicitada nenhuma tradução juramentada. Como eu ainda não tenho nenhum comprovante de hospedagem na residência universitária, usei um formulário de reserva de hotel. A foto tem que ser mesmo 3,5x4,5 cm, nem adianta chegar lá com uma 3x4, eles mandam você tirar outra. A menina que estava fazendo de mim teve que ir tirar.
    Bom, acho que é isso. Se tiver alguma dúvida, o telefone do consulado é (11) 3371-5400.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Visto de estudante bolsista para a França - CampusFrance

    Acabo de voltar de São Paulo, onde fui para dar entrada no pedido de visto para a França. O visto ainda não saiu, pois fica sob consulta, ou seja, só daqui a 15 dias úteis. Espero que dê tudo certo! Enquanto o visto não vem, vou postar o passo a passo para a sua obtenção.
    O primeiro passo é inscrever-se no site do CampusFrance. É a chamada etapa pré-consular. Neste site estão todas as orientações tanto para estudantes bolsistas, quanto para aqueles que pretendem estudar na França por conta própria. Os bolsistas Capes PDSE não precisam fazer entrevista no consulado (confira aqui quem está dispensado da entrevista). Isso não quer dizer que não precisem comparecer ao consulado, precisam sim! Bom, depois de feita a inscrição no site (o guia é detalhado e não é difícil), deve-se enviar via correio alguns documentos, checar no site depois de alguns se receberam a papelada e pagar uma taxa de R$335,00. Não esqueça de confirmar seu pagamento no site. Aí você já pode entrar no site do consulado da sua região e agendar sua ida. Eu fiz o agendamento no site antes de confirmarem o pagamento no CampusFrance e não deu nenhum problema.

Consulado Brasília - DF, GO, MT, AM, AC, RO, RR, TO, PA, AP
Consulado São Paulo -  SP, PR, SC, RS, MS
Consulado Rio de Janeiro -  RJ, ES, MG
Consulado Recife - PE, BA, SE, AL, PB, MA, RN, PI, CE

    Fiz minha inscrição no site na terça-feira e no mesmo dia pus os documentos no correio. Eles receberam na quinta e confirmaram que estava tudo certo na sexta. Como só vi na segunda (eles não mandam e-mail, só aparece na sua área no site), fiz o agendamento na segunda para a terça da próxima semana. O consulado só funciona de segunda a sexta de 8:30 às 12 horas. Paguei na quarta-feira e eles confirmaram meu pagamento na quinta. No total foram 9 dias nesta etapa.
    No próximo post vou contar como foi a ida ao consulado.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Entendendo a França - regiões e departamentos

    Saindo um pouco do assunto bolsa, passaporte, visto... hoje começo a falar um pouco sobre a França. Uma das minhas ideias ao criar o blog foi justamente agrupar em um só lugar tudo aquilo que vou descobrindo, seja sobre o processo da ida, o país, a língua, as pessoas... E para iniciar essa série, começo falando um pouco sobre a França. Espero que, assim como foi pra mim, muitas dessas informações sejam novidade pra muita gente!

   
A República Francesa compreende :
  • a França metropolitana (França continental e Córsega); (MAPA)
  • 4 departamentos ultramarinos considerados também como regiões pela lei de 31/12/1982. São eles : Guadalupe, Guiana Francesa, Martinica e Ilha da Reunião;
  • 4 territórios ultramarinos que gozam de um status específico. São eles: Ilhas Wallis, Futuna, Nova Caledônia, Polinésia Francesa e as Terras Austrais e Antarticas Francesas
  •  2 coletividades territoriais: Mayotte e Saint-Pierre-et-Miquelon
    As regiões estão subdivididas em 100 departamentos que são numerados (principalmente em ordem alfabética). Esse número é usado em códigos postais e placas de matrícula, entre outros. Os cerca de 100 departamentos estão subdivididos em 342 "arrondissements" que se dividem em cantões (cantons) e estes por sua vez em comunas. Existem mais de 36.680 comunas, que são municípios com um conselho municipal eleito.

Resumindo:
  • As regiões são dirigidas por um "préfet de région".
  • Os departamentos são divisões administrativas, dirigidas pelo "préfet de département".
  • Na França, há arrondissements departamentais e municipais:


  • Os arrondissements departamentais, subdivisões dos departamentos e que são constituídos por cantões e comunas. São administrados por um sous-préfet (subprefeito) que tem a missão de auxiliar o préfet (prefeito) do departamento.
  • Os arrondissements municipais são subdivisões das comunas de Paris, Lyon e Marselha.
  • Em zonas urbanas, uma única comuna geralmente inclui vários cantões. Reciprocamente, em zonas rurais, um cantão pode incluir diversas pequenas comunas.
     Meio complicado, não?!
        Vou ficar em Clermont-Ferrand, que é a maior cidade da região de Auvergne (Auvérnia) e também a capital da região e do departamento Puy-de-Dôme. No arrondissement de Clermont-Ferrand existem 25 cantões e 119 comunas.

    sexta-feira, 4 de novembro de 2011

    Tirando o passaporte

    Para tirar seu passaporte, você precisará dos seguintes documentos ORIGINAIS:

    1. Documento de identidade (RG ou CNH ou passaporte brasileiro anterior ou outros);
    2. Certidão de casamento se tiver alterado seu nome;
    3. Título de eleitor com comprovante da última eleição;
    4. Quitação das obrigações com o serviço militar obrigatório;
    5. CPF;
    6. Passaporte anterior;
    7. Comprovante de pagamento da GRU - atualmente no valor de R$156.

    Inicialmente você deve fazer o pedido do passaporte pela internet, o que irá gerar o boleto para pagar a GRU. No próprio site você verifica se na sua cidade é necessário agendamento prévio e o faz, caso seja necessário. No meu caso fiz o pedido dia 22/09 e consegui agendar para 18/10. Na data marcada, dirija-se à polícia federal portando os documentos acima. Eles tiram a foto e colhem as digitais. Meu passaporte foi entregue depois de 2 semanas.

    As explicações detalhadas estão no site da Polícia Federal.

    segunda-feira, 31 de outubro de 2011

    Bolsa PDSE - Valores

        A bolsa PDSE da Capes consiste em bolsa mensal + seguro saúde + auxílio instalação + auxílio deslocamento. Os valores variam de acordo com o país de destino. A mensalidade + instalação + seguro saúde é de:

    EUA*  - 1300 dólares + 110 + 90
    Europa** - 1300 euros + 110 + 70
    Grã-Bretanha - 910 libras + 80 + não tem
    Canadá - 1470 dólares canadenses + 130 + 100
    Austrália - 1650 dólares australianos + 140 + 110
    Japão - 148890 ienes + 12410 + 9480
    *e países que a Capes não efetua pagamento na moeda local 
    **para bolsistas com destino à Alemanha; Áustria; Bélgica; Dinamarca; Espanha; Finlândia; França; Grécia; Holanda; Irlanda; Itália; Luxemburgo; Noruega; Portugal; Suécia; Suíça, Estônia, Letônia; Lituânia, Polônia; Hungria; República Tcheca; Eslováquia; Eslovênia; Chipre; Malta; Andorra; Mônaco e Vaticano e territórios de países da Comunidade Européia que utilizam o Euro, tais como: Açores; Ilha da Madeira; Guiana Francesa e outros.

    Os valores de auxílio instalação e seguro saúde são mensais, porém são depositados em sua totalidade antes da partida do bolsista do Brasil, até 10 dias úteis após a implementação da bolsa, juntamente com o auxílio deslocamento.

    O valores do auxílio do deslocamento são de: (ida e volta)
    No caso de bolsas com duração maior que 6 meses os valores apresentados são pagos para cada trecho.

    Bolsa PDSE - Candidatura

        Contato feito e projeto pronto é hora de iniciar a candidatura à bolsa. De acordo com as novas normas, inicialmente é feita uma seleção interna dentro da sua instituição. Atualmente, a Capes não estabelece nenhum calendário, portanto os pedidos de bolsa devem ser feitos ao longo de todo o ano, mas verifique na sua IES se eles possuem restrições quanto às datas. Informe-se também sobre o processo de seleção interna, que varia de lugar IES para IES. Para a seleção interna é necessário apresentar os seguintes documentos:

    I. Plano de pesquisa no exterior, com indicação da existência de infraestrutura na instituição de destino, que viabilize a execução do trabalho proposto e do cronograma das atividades formalmente aprovados pelo orientador brasileiro e pelo coorientador estrangeiro;
    II. Currículum Lattes atualizado;
    III. Carta do orientador brasileiro, devidamente assinada e em papel timbrado da instituição de origem, justificando a necessidade do estágio e demonstrando interação ou relacionamento técnico-científico com o coorientador no exterior para o desenvolvimento das atividades propostas. Também deverá manifestar na carta a declaração de que o aluno possui a proficiência necessária na língua estrangeira para se comunicar e desenvolver os trabalhos previstos;
    IV. Termo de Aprovação e de Responsabilidade pela Candidatura ao PDSE, preenchido e assinado pelo orientador brasileiro, em formulário específico, disponível em http://www.capes.gov.br/bolsas/bolsas-no-exterior/doutorado-sanduiche-no-exteriorpdse;
    V. Carta do coorientador estrangeiro, devidamente assinada e em papel timbrado da instituição de origem, aprovando o plano de pesquisa, informando o período do estágio e atestando que o aluno possui a proficiência necessária na língua estrangeira para se comunicar e desenvolver os trabalhos previstos;
    VI. Currículo resumido do coorientador estrangeiro, o qual deve possuir a titulação mínima de doutor;
    VII. Declaração da Coordenação do programa, devidamente assinada, informando o prazo regulamentar do aluno para defesa da tese e que os créditos já obtidos no doutorado são compatíveis com a perspectiva de conclusão em tempo hábil, após a realização do estágio no exterior;

        O número de vias que deve ser entregue para a seleção depende da sua IES. No meu caso entreguei 5 cópias e 1 original. Deve haver uma comissão responsável por analisar seu pedido. Ela deverá conter no mínimo três membros: o Coordenador do Programa, um representante discente dos pós-graduandos (doutorando) e um consultor externo à IES. Aqui foram feitas 4 indicações de consultor externo e a coordenação do programa de pós-graduação escolheu 1 titular e 1 suplente. Este consultor deve comparecer na sua IES na reunião que você, de acordo com todos eles, irá marcar. A minha foi marcada com uma semana de antecedência e foi julgado não só o meu pedido mas também o de outro aluno (meu marido) que trabalha na mesma área da minha. Assim, esse consultor recebeu as duas documentações e a reunião ocorreu simultaneamente. Mas como disse, o processo varia de IES para IES. No nosso caso, os dois pareceres foram favoráveis. Após essa reunião, a pós-graduação irá te entregar o termo de seleção, que deverá ser enviado depois à Capes.
        O próximo passo é a inscrição online no site da Capes. Não se esqueça de imprimir a comprovação da inscrição no final do processo. Depois disso, a pró-reitoria faz a homologação no site e em 30 dias a Capes te envia sua carta de concessão. Eu recebi primeiro por e-mail, por causa da greve dos correios. Foi bem rapidinho, acho que deu uns 10 dias depois da homologação. Depois recebi pelo correio, juntamente com algumas instruções, que são as cenas dos próximos capítulos!

    terça-feira, 25 de outubro de 2011

    Bolsa PDSE - Como tudo começa

         A bolsa PDSE (sigla para Programa Institucional de Bolsas de Doutorado Sanduíche no Exterior) é oferecida pela Capes às Instituições de Ensino Superior brasileiras (IES) que possuam curso de doutorado com nota igual ou superior a 3 obtida na última Avaliação Trienal. Até alguns meses atrás, ela chamava-se PDEE. Foram feitas algumas modificações nas normas (o que acho que facilitou e agilizou o processo) e ela mudou de nome! Depois um processo relativamente rápido (que pretendo detalhar em outros posts) a bolsa é concedida e, finalmente, implementada. O edital com todas as explicações encontra-se no site da Capes.
        Mas tudo começa com o contato no exterior. Essa é a primeira etapa de todo o processo. Se você quer se candidatar a uma bolsa, a primeira coisa que deve fazer é arrumar um orientador no exterior. Pode ser que seu grupo já tenha contatos e tenha tradição de mandar alunos para fora. Mas também pode ser que não. Se for esse o caso, converse com seu orientador, definam que tipo de pesquisa pode ser realizada lá fora e comece a procura. Saiba o que procurar e as limitações de países impostas pela língua. Atualmente a Capes não exige mais exame de proficiência, apenas uma declaração dos orientadores brasileiro e estrangeiro confirmando que você possui o conhecimento necessário da língua para desenvolver as pesquisas.
        Com um ano de antecedência, comecei a procurar um grupo na França que fizesse os testes nos quais eu estava interessada. Procurava nos artigos mesmo. Lia o título, resumo e de onde era o grupo. Até que encontrei um grupo em Clermont-Ferrand, na Université Blaise Pascal. Para a minha surpresa, o professor respondeu rapidamente, dizendo que estava interessado em manter uma colaboração conosco. Lembre-se sempre, um risco que se corre é de o professor não responder, ou não estar interessado. Ah! Mais uma coisa! Ressalte sempre que o aluno será mantido por uma bolsa de estudos do governo brasileiro.
        Contato estabelecido, é hora de começar a pensar no projeto. Ele será definido por você e seu orientador e depois corrigido pelo orientador estrangeiro. No meu caso, mesmo a língua sendo francês, fiz o projeto em inglês, pois era bem mais fácil. Esse projeto em outra língua não será enviado para a Capes, você deverá ter o projeto também em português para a candidatura, que será tratada nos posts seguintes.

    domingo, 23 de outubro de 2011

    Mas por quê?

        Esse é um post de apresentação e explicações. Para quem não me conhece, sou a Carolina, faço doutorado em química e estarei na França em 2012, mais precisamente em Clermont-Ferrand, fazendo meu doutorado sanduíche. Eis que entra aí o título do blog "Misto quente em Clermont". É uma brincadeira com o fato do objetivo da viagem ser o "sanduíche" e o fato de que um dos sanduíches mais famosos da França é o "croque monsieur", quase igual ao nosso misto quente.
        A ideia de fazer esse blog veio da intensa procura que tenho feito por tudo que seja relacionado a passaporte, visto, moradia, viagem, França, Europa... Quem sabe contando um pouco das minhas experiências, eu consiga ajudar aqueles que estão na mesma situação. É um período de curiosidade total!!! Além disso, percebi que o blog é uma boa maneira de manter atualizados os parentes e amigos aqui no Brasil, que também ficam morrendo de curiosidade... querendo notícias a todo momento!
        Enfim, começo hoje esse blog cheia de ideias na cabeça. Espero que consiga ser uma boa blogueira e estar sempre por aqui para colocar todas essas ideias na tela (foi o tempo em que as ideias eram colocadas no papel...). Abraços a todos!!!!